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11ª MOSTRA DE CINEMA DE GOSTOSO

APRESENTAÇÃO

É com grande alegria que celebramos a décima primeira edição da Mostra de Cinema de Gostoso, um projeto que se consolidou como um dos mais importantes eventos do audiovisual no país. Ao longo desses anos, a Mostra tem enfrentado desafios crescentes, que nos motivam a aprimorar continuamente sua estrutura e programação, criando um ambiente cada vez mais inclusivo e inovador. Apesar das transformações e da expansão do projeto, temos a satisfação de constatar que sua essência permanece intacta: um espaço popular e acessível, onde o cinema brasileiro encontra o público em uma atmosfera acolhedora e inspiradora. Em São Miguel do Gostoso, a Mostra contribui para um ciclo virtuoso de valorização cultural e formação, tornando o cinema não apenas entretenimento, mas uma ferramenta potente de educação e transformação.

Nesta edição, a Mostra de Cinema de Gostoso celebra a ampliação de sua equipe de curadoria com a participação de Janaína Oliveira, Carine Fiúza e Mariana Souza, que se uniram a nós na tarefa de selecionar os filmes e compor uma programação ainda mais inclusiva e representativa. A diversidade desta equipe fortalece o compromisso da Mostra com a pluralidade do cinema brasileiro, reforçado pela parceria estabelecida com a APAN (Associação de Profissionais do Audiovisual Negro), que enriquece a experiência cultural oferecida ao público e que incluiu também a participação de outras profissionais ligadas à Associação.

Desde sua primeira edição, o evento oferece cursos de cinema para o Coletivo Nós do Audiovisual, formado por jovens de São Miguel do Gostoso. Os filmes produzidos pelos participantes serão exibidos na sala de cinema ao ar livre como parte da Mostra Coletivo Nós do Audiovisual, durante a 11ª Mostra de Cinema de Gostoso. O projeto já formou 153 jovens e produziu 25 curtas-metragens exibidos e premiados em festivais nacionais e internacionais.

Em 2024, o Coletivo celebra uma fase de novas conquistas. Contemplado pela Lei Paulo Gustavo Municipal, o coletivo produziu cinco novos curtas-metragens este ano. No âmbito estadual, foram ainda selecionados para a realização de mais um curta e de seu primeiro longa-metragem, a ser filmado em 2025. Esse avanço representa um importante marco na autonomia do Coletivo, refletindo seu crescimento e a consolidação de sua identidade, fruto de muitos anos de trabalho e dedicação de toda equipe da Heco Produções e do CDHEC (Coletivo de Direitos Humanos, Ecologia, Cultura e Cidadania de São Miguel do Gostoso). O Coletivo Nós do Audiovisual também celebra este ano o sucesso do curta-metragem Maremoto, dirigido por Cristina Lima e Juliana Bezerra e coproduzido em parceria com a Oeste Cinema. Premiado no Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo e selecionado para a Mostra Competitiva do 57º Festival de Brasília — um dos mais importantes festivais do país —, Maremoto destaca a trajetória promissora e o nosso compromisso com uma produção audiovisual autêntica e relevante. 

Debates com membros das equipes dos filmes exibidos serão realizados todas as manhãs na Pousada dos Ponteiros, com mediação da pesquisadora, crítica e curadora Viviane Pistache.

Também será realizado um seminário, que ao longo de três dias terá como foco a produção audiovisual da região Nordeste e as perspectivas para o futuro do audiovisual brasileiro, com organização e mediação de Anna Andrade, realizadora, produtora e distribuidora audiovisual.

Temos a honra de contar pela segunda vez consecutiva com o patrocínio fundamental da Petrobras. A empresa tem cumprido um papel primordial no financiamento e na visibilidade da arte brasileira. A parceria com a Petrobras viabiliza novamente a realização da Mostra Panorama na Sala Petrobras, uma tenda climatizada em formato geodésico localizada na Praia do Maceió, que foi sucesso de público na edição do ano passado. 

Não podemos deixar de registrar nossa profunda gratidão a todos os patrocinadores da Mostra, em especial à Salinor, empresa que possui um compromisso com a cultura e que pelo terceiro ano está conosco, ao Governo do Estado do Rio Grande do Norte, à Secretaria de Estado da Cultura – SECULT, Secretaria Estadual de Turismo do Rio Grande do Norte, Emprotur, IDEMA e Fundação José Augusto, que têm apostado no projeto desde sua gênese. Agradecemos também ao fundamental patrocínio da Solar Coca-Cola, do Banco do Nordeste, da Vestas, e ao longevo apoio da Prefeitura de São Miguel do Gostoso.

Convidamos todos a participarem intensamente de toda a programação da 11ª Mostra de Cinema de Gostoso, cuidadosamente elaborada para oferecer uma edição repleta de filmes emocionantes e atividades fundamentais para refletir sobre o cinema e a cultura brasileira.

Eugenio Puppo e Matheus Sundfeld

Direção Geral

CURADORIA

A Mostra de Cinema de Gostoso chega a sua 11ª edição reiterando o compromisso de trazer ao público do Rio Grande do Norte uma programação de filmes diversificada. Em diálogo com o circuito brasileiro de festivais, a Mostra preserva também a identidade e os interesses do público de São Miguel do Gostoso. O programa conta com 10 longas-metragens e 18 curtas-metragens selecionados e distribuídos entre as mostras Competitiva, Panorama, Coletivo Nós do Audiovisual e Sessões Especiais.

 

Na abertura haverá a première de Kubrusly: Mistério Sempre Há de Pintar por Aí, filme de Caio Cavechini e Evelyn Kuriki. Um delicado tributo ao jornalista Maurício Kubrusly, conhecido nacionalmente por sua relação com a música, nos desafios enfrentados pela doença degenerativa que gradualmente apaga os elos de sua memória.

A Mostra Competitiva apresenta obras que desenham um Brasil contemporâneo, território de miscelâneas culturais, relações profundas de singularidade identitária e disputas políticas narradas através da imagem prisma do cinema. Tijolo por Tijolo, de Victória Álvares e Quentin Delaroche, constrói um mosaico da crise habitacional e da força resiliente de uma mulher em busca de seus direitos. No empilhar de cada tijolo, erguem-se formas de bem viver em um contexto de exclusão. Manas, de Marianna Brennand, nos leva à Ilha do Marajó, onde a adolescente Tielle desafia as limitações do ambiente abusivo em que vive, enfrentando o destino que parece traçado para as mulheres ao seu redor. Em Kasa Branca, de Luciano Vidigal, um jovem da periferia carioca lida com a iminente perda da avó e, junto com os amigos, constrói um laço de cuidado em meio às adversidades da favela. Já em O Deserto de Akin, de Bernard Lessa, um médico cubano se vê forçado a escolher entre deixar o Brasil ou se reinventar após o abrupto fim do seu trabalho.

Ampliando as questões abertas nos longas, os curtas competitivos estão divididos em duas sessões. Na primeira: Axé Meu Amor, de Thiago Costa; Bati da Vila, de Raquel Cardozo; Caluim, de Marcos Alexandre, e Hoje Eu Só Volto Amanhã, de Diego Lacerda. Os curtas nos levam em viagens através do tempo e espaço. Seja na preservação de tradições e memórias ancestrais, seja na busca de novas descobertas, somos convidados a imaginar e construir mundos possíveis. Na segunda sessão: Pequenas Insurreições, de William de Oliveira; Raposa, de Margot Leitão e João Fontenele; YBY KATU, de Geyson Fernandes, Jessé Carlos, Kaylany Cordeiro, Ladivan Soares e Rodrigo Sena, e Chibo, de Gabriela Poester. Nesta seleção somos levados a pensar sobre o que significa habitar um território. Estes filmes nos indagam sobre os espaços que compartilhamos e aqueles que reservamos à individualidade. 

A Mostra Panorama traz uma seleção de longas que investiga a complexidade das escolhas e das identidades da juventude, da resistência cultural e resiliência comunitária e da arte coletiva de imaginar. Em Baby, de Marcelo Caetano, acompanhamos Wellington, jovem que sai de um centro de detenção juvenil e, sem rumo nas ruas de São Paulo, insiste em encontrar-se na cidade grande. Em Salão de Baile, de Juru e Vitã, uma comunidade de jovens resgata o legado das performances de voguing e da arte do shade, 50 anos após seu início em Nova York. Em Ainda Não É Amanhã, de Milena Times, Janaína está a caminho de um futuro promissor, mas precisa lidar com um grave imprevisto. Acompanhamos a jovem tomar as rédeas da própria vida e lutar por suas escolhas. Em A Transformação de Canuto, de Ariel Kuaray Ortega e Ernesto de Carvalho, a imaginação coletiva nos apresenta a história de Canuto, personagem conhecido entre o povo Mbyá-Guarani. Um filme está sendo feito para contar a história de Canuto e surgem as perguntas: O que aconteceu com ele? E quem na aldeia deve interpretá-lo?

Os curtas da Panorama trazem novos olhares e aprofundam conversas sobre a linguagem cinematográfica. Os curtas Mar de Dentro, de Lia Letícia; Pulmão de Pedra, de Torquato Joel, e A Menina e o Pote, de Valentina Homem e Tati Bond, trazem a experimentação como forma de narrar. Já Ponto e Vírgula, de Thiago Kistenmacker; Boi de Conchas, de Daniel Barosa, e O Lado de Fora Fica Aqui Dentro, de Larissa Barbosa, trazem narrativas ficcionais complexas e bem executadas. Se Eu Tô Aqui É por Mistério, de Clari Ribeiro, e Aquela Criança com AID$ de Hiura Fernandes, abrem espaço a realizadores LGBTQIAP+ e suas distintas experiências no mundo.

Na Mostra Nós do Audiovisual são exibidos dois curtas realizados em 2024 pelo grupo de jovens da cidade que participam do projeto. Ministra do Lixo, de Harcan Costa, documenta o retorno de uma figura ilustre que marcou São Miguel do Gostoso. Fim de Jogo, de Clara Leal, revela uma faceta peculiar das eleições municipais de São Miguel do Gostoso (RN): eleitores que apostam bens valiosos na vitória de seus candidatos.

A Mostra encerra com o vibrante Luiz Melodia - No Coração do Brasil, de Alessandra Dorgan, uma homenagem à força da música negra brasileira. Narrado em primeira pessoa, o documentário convida o público a ouvir a voz de Luiz Melodia de forma visceral, ecoando sua liberdade criativa e a trajetória ousada que o levou a desafiar as convenções do mercado fonográfico e cultural a partir dos anos 1970. 

Equipe de curadoria

Carine Fiúza, Eugenio Puppo, Janaína Oliveira, Mariana Souza e Matheus Sundfeld.

PATROCÍNIO MASTER

A Petrobras tem uma história de mais 40 anos acreditando de forma contínua na cultura como elemento transformador e fonte de energia para a sociedade. Apoiando projetos únicos e também parcerias de longo prazo, construímos uma relação de respeito e colaboração com realizadores e iniciativas de todo o país.

Nessa trajetória, temos a satisfação da nossa presença na Mostra de Cinema de Gostoso, contribuindo para o audiovisual brasileiro e a produção regional, e ampliando o espaço de exibição, com a Sala Petrobras.

O Programa Petrobras Cultural tem a brasilidade como elemento norteador, que se materializa nas temáticas, origens, curadoria, história e características de cada projeto que selecionamos. Por meio do incentivo a diversos projetos, colocamos em prática nossa crença de que a cultura é uma importante energia que transforma a sociedade. Acreditamos que, com criatividade e inspiração, promovemos crescimento e mudanças.

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